Durante uma visita domiciliar, o jovem médico e sua supervisora atravessam os becos em busca de alguns pacientes. Na janela, uma senhora de cabelos crespos e sorriso de mulher sagaz observa a gente passar. A supervisora a reconhece.
"A sua filha faz pré-natal com a gente não faz"
"Ah, a Marina"
"Isso"
"Ela ta sumida! Tem ido direitinho?"
"Ih acho que ela faltou a última consulta"
"Tem que ir! Gestante tem prioridade, temos que acompanhar direitinho. Posso encaixar ela amanhã na agenda?"
"Pode, pode, eu falo com ela"
"Ou melhor pra ela algum outro dia?"
"Ih, aquela lá não faz nada pra agradar a Deus não doutora. Pode ser qualquer dia. Eu levo pela orelha se precisar"
Vai da crença de cada um, mas o jovem médico não pode deixar de pensar, Deus se agrada mesmo é com a graça desses diálogos. Deve rir muito de algum lugar do céu.
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